A noite de 07/09/2025 trouxe consigo um espetáculo raro e profundo: a Lua Cheia em Peixes, coroada por um eclipse lunar que tingiu o céu com uma energia de mistério e revelação. Para muitos, foi apenas mais uma lua brilhando. Para as que sabem ouvir, porém, foi um chamado. E mesmo que o auge já tenha passado, a verdade é que sua energia ainda pulsa, como ondas que continuam a bater na areia muito depois de a pedra ter sido lançada ao mar.

A Lua Cheia é sempre o momento do transbordar. É quando o que estava escondido durante a Lua Nova finalmente vem à tona, iluminado pela plenitude do astro que reflete toda a luz do Sol. Em Peixes, esse transbordar acontece no oceano da alma. Emoções, sonhos, intuições — tudo ganha volume, tudo pede para ser sentido. Não é uma lua para agir com pressa, mas para se permitir ser atravessada pela maré.

E o eclipse, como sombra que se interpõe, intensifica esse mergulho. Ele corta, recalibra, revela o que não estava visível. Um eclipse lunar em Peixes é como se alguém apagasse as lanternas da margem e dissesse: agora, atravesse a correnteza confiando apenas no instinto.

Para muitas, isso pode ser assustador. Mas Peixes nunca pede controle. Pede confiança. Pede entrega.

Elena — sim, nossa viajante de FAR — também sentiu isso. Na noite anterior à sua travessia, recordou os sonhos de infância que escondia em caixas de sapato, as cartas que escrevera para si mesma e nunca relera. Na Lua Cheia, percebeu que esses fragmentos eram como conchas: não se tratava de guardar, mas de colocar no ouvido e escutar o som do mar que sempre estivera lá.

Assim também somos nós. A Lua Cheia em Peixes pede que voltemos a ouvir a voz que foi silenciada, os sonhos que chamamos de infantis, a intuição que tentamos domesticar. Não é momento de nos convencer de que “precisamos ser realistas”. É momento de aceitar que a realidade é maior do que a lógica, que a vida sempre se expande para além das margens que tentamos impor.

E o que fazer diante disso? Escrever.

Sim, escrever. Porque o papel é o único lugar onde podemos derramar sem medo de afogar. É o recipiente sagrado que acolhe nossas águas internas. É o altar silencioso onde podemos colocar tudo: a dor, a dúvida, o desejo, a visão. Sob a energia desta Lua, o convite é claro: pegue seu grimório, caderno ou folha solta e permita-se transbordar.

Escreva para o eu do passado, contando-lhe que as escolhas dela trouxeram você até aqui. Escreva para o eu do presente, lembrando-a de que não precisa ter todas as respostas agora. Escreva para o eu do futuro, oferecendo-lhe a coragem de continuar acreditando mesmo quando o mundo duvidar.

Deixe que a caneta seja barco, e que cada palavra seja remo.

E, se a maré trouxer lágrimas, permita. Se trouxer risos, permita também. Não há certo ou errado quando se escreve para a alma. Há apenas verdade. E a verdade é o farol que atravessa qualquer eclipse.

Nos próximos dias, essa energia ainda reverberará. É tempo de soltar. Soltar expectativas rígidas, soltar planos engessados, soltar a necessidade de controlar tudo. Escreva listas do que não deseja mais carregar. Escreva despedidas. Escreva liberdades. Cada frase que nasce no papel é um portal que se abre no invisível.

E quando a Lua Minguante chegar, você estará pronta para queimar essas páginas, rasgá-las ou simplesmente guardá-las como testemunhas do seu processo. A Lua Cheia abre. A Minguante dissolve. Ambas trabalham juntas, como marés que se completam.

No Reino de FAR, dizem que todo eclipse é uma ponte. Um arco de sombra que só pode ser atravessado com confiança. Morgana Neveflor já escreveu uma vez: “Quando o céu se cobre, é para que a luz dentro de nós se lembre de brilhar.” Talvez seja isso. Talvez a grande lição dessa Lua seja nos lembrar de que não precisamos esperar o momento perfeito para escrever nossa história.

O Grimório Fora do Tempo, que atravessou os portais antes da hora, já retornou a FAR. Sua missão era apenas lembrar-nos de que não existe “tempo certo” para começar — existe apenas o agora.

E, neste agora, a Lua ainda está cheia. O eclipse ainda ressoa. O portal continua aberto para quem deseja atravessá-lo.

Se você sente o chamado de registrar suas emoções, intuições e revelações sob essa energia poderosa, o Caderno – Histórias que Minha Alma Deseja Contar está aqui para ser o seu portal de escrita.

Nele, cada palavra que você escreve se transforma em um feitiço, cada página em um espaço seguro para soltar o que precisa sair e para guardar o que merece florescer.

Talvez a história que sua alma deseja contar comece hoje, sob a luz desta Lua. ✨


 

📜 Aqui, cada história é um feitiço. Cada artefato, um portal.